domingo, 17 de junho de 2012

A Mulher na Canção de Chico Buarque


Atrás da Porta

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Chico Buarque


A Mulher na Canção de Chico Buarque
Atrás da Porta

A Mulher Aniquilada

Mais uma música do Chico Buarque, onde ele assume a visão pela perspectiva da mulher, onde o eu-lírico é feminino.

Nesta composição, ocorre o processo de aniquilação da mulher, que começa com "os olhos nos olhos", onde ela percebe que o olhar é de adeus. A partir daí, começa a queda, a decadência, a humilhação, o rebaixamento, de uma forma metafórica, lenta e teatral.

No primeiro momento ela o olha nos olhos - nivelamento. Depois, se agarra em seus cabelos e vai descendo: em seus pelos, seu pijama, aos seus pés, aos pés da cama. Nessa etapa, o aviltamento chega ao seu ponto máximo: sem carinho, sem coberta, no tapete atrás da porta. Passa-se a impressão de um cachorrinho, de um animalzinho abandonado e carente. É o abandono total. A partir do instante que ela se agarra aos pés da cama, nota-se a ausência do ser amado, que a abandonou de uma forma definitiva.

Começa-se então uma nova fase: a da vingança, numa nova gradação. Primeiro, ela reclama baixinho, depois começa a maldizer o lar, a sujar o nome do amado e a humilhá-lo, numa reação típica de quem ama perdidamente e se vê abandonado. É uma dor sem limites, que procura um escape, uma fuga, um alívio, na vingança.

O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. Todas as ações da mulher desprezada serviam apenas para chamar a atenção do seu amado, serviam apenas para mostrar-lhe, de uma maneira enviezada, pelo avesso, que ela continuava a amá-lo desesperadamente.

Em "Olhos nos Olhos, ela regressa para provar que o esqueceu, para vingar-se, para demonstrar desprezo e indiferença...

Beijos, uma ótima semana para todos!

Isabel


A Mulher nas Canções de Chico Buarque

Olhos Nos Olhos

Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz
  
Chico Buarque



A Mulher Nas Canções de Chico Buarque

A Vingativa

Escolhi mais uma grande intérprete da MPB, a Fafá de Belém, com sua voz forte e personalíssima, para fugir das repetições, que acabam cansando. E temos tantos talentos em termos de música que se torna até difícil escolher qual a melhor interpretação.

Em Olhos nos Olhos, retomamos à mulher que estava desconstruída, aos pedaços, em frangalhos, na canção "Atrás da porta", o lugar mais humilhante, de total rebaixamento, o 'fundo do poço'.

Mas eis que ela agora surge poderosa, de pé, soerguida depois de tanto sofrimento, de tanta humilhação. Há novamente um nivelamento e ela o desafia a olhá-la nos olhos e ler o que está escrito neles, assim como ela leu a mensagem de adeus nos olhos dele. Agora é a hora da vingança, o momento de mostrar que superou todo o sofrimento pelo qual passou quando foi abandonada por ele.

Será?!

Vamos observar mais atentamente o que há nas entrelinhas do discurso desta mulher que se diz refeita.

Na realidade, ela não está 'podendo' tanto... simplesmente quer dar o troco, quer mostrar que está muito melhor agora, sem ele, mas, na realidade, tudo não passa de um jogo, de uma estratégia, de um plano de vingança...
Ela o desafia a olhar nos seus olhos e a dizer o que sente quando a vê tão feliz, curada, amando, remoçada...

Será?!

Sempre parto do pressuposto de que o contrário do amor é a indiferença. Se ela realmente estivesse 'curada', se ainda não o amasse tão perdida e profundamente, não precisaria provar nada. Simplesmente seguiria a sua vida, a reconstruiria ao lado de um novo amor ou, simplesmente, sozinha.

"Tantos homens me amaram, bem mais e melhor que você..." O golpe baixo para atingir a masculinidade é típico de uma mulher ofendida, traída, abandonada... e se ela foi amada e amou a tantos homens, simplesmente não amou e não foi amada por nenhum...

O estado de felicidade e superação é apenas aparente, é mais uma estratégia de vingança e, vamos reconhecer, algumas mulheres, quando amam de uma forma doentia, descontrolada, são capazes de tudo, até de olhar nos olhos e mostrar que está extremamente feliz. Ela não superou e, provavelmente, nunca vai superar esse sentimento de perda e rejeição.

Essa história, esse sentimento tão forte, tão avassalador, tão destruidor, nos remete a uma outra história: a história de Medeia, que foi capaz de matar os próprios filhos para vingar-se do marido que a abandonou...

Mas isto, bem, isto é uma outra história...

Beijos, um ótimo final de semana para todos! 

com carinho

Isabel


Alma de Menina


Alma de Menina

Quero desatar
minha alma de menina
dos laços do tempo.
Quero colocar-me em sonhos
cor de rosa,
vestido de renda da inocência.
Pequenos botões do meu coração
formam o buquê do meu querer.
Alma pequenina, asas de menina.


Elisa César


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quero Estar em Sua Vida



Quero estar em sua vida

Quero estar na sua vida, mas nem amiga, nem amante,
nem tão perto, nem distante. Quero na sua vida ser apenas
 importante. Não interessa por qual porta eu entre, 
quero entrar na sua vida docemente, me instalar 
delicadamente. Quero estar na sua vida esteja 
ela alegre ou conflitante, tranquila ou angustiante.

Quero ficar na sua vida por um longo tempo
e estar presente em todos os momentos.
Quero lhe guiar sempre que você achar 
que está difícil de enxergar e toda vez que as lágrimas 
quiserem brotar e que você não conseguir secar.

Quero estar na sua vida de um jeito diferente,
nem de costas e nem de frente. Caminhando lado a lado
num silêncio acomodado, aberta para ser para você
seu sol e seu entardecer, sua noite e seu amanhecer.
Quero estar na sua vida, discreta, mas sempre com
 a porta aberta, sempre pronta para lhe receber
faça chuva ou faça sol dentro de você.

Quero ser na sua vida, eterna, mas nunca lhe prender, 
nem lhe pertencer, nem lhe escravizar, nem lhe fazer sofrer.
Quero estar na sua vida daquela maneira
que sonhamos ser possível a vida inteira.
Sem cobranças, sem vinganças,
sem grandes metas,  viajando, apenas, numa reta.
Somente presente...  eternamente!

Silvana Duboc

domingo, 10 de junho de 2012

A Mulher na Música de Chico Buarque



Beatriz

Olha,
Será que ela é moça?
Será que ela é triste?
Será que é o contrário?
Será que é pintura o rosto da atriz?
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha,
Será que é de louça?
Será que é de éter?
Será que é loucura?
Será que é cenário a casa da atriz?
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha,
Será que é uma estrela?
Será que é mentira? [mentira. . mentira. . mentira]
Será que é comédia?
Será que é divina a vida da atriz?
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida.

Chico Buarque e Edu Lobo



A Mulher Na Canção de Chico Buarque 

A Mulher Idealizada

Nesta belíssima canção, uma obra-prima, uma joia musical, Chico faz refência a um grande amor da literatura universal: Beatriz, a amada de Dante Alighieri. É ela quem o conduz e lhe mostra o Paraíso. As referências a esta personagem são claras na canção:
"Se ela dança no sétimo céu.../éter/arranha-céu/paredes feitas de giz/Sim, me leva para sempre, Beatriz/Me ensina a não andar com os pés no chão/estrela/comédia/divina/arcanjo..."

Beatriz foi o grande amor da vida de Dante Alighieri. Ele a conheceu quando ela tinha apenas nove anos. Apenas viu-a e, desde então teve por ela uma paixão platônica. Nove anos depois viu-a novamente e apenas cumpimentou-a. Beatriz faleceu aos vinte e cinco anos (1265-1290), sem que Dante pudesse ter declarado o seu amor a ela. Depois da morte da sua musa, ele passou por um período de bebedeira e devassidão e nunca se recompôs desta perda. Casou-se e deu à sua filha o nome de Beatriz.

Em sua obra mais famosa, "A Divina Comédia", Dante reencontra-a no Paraíso, e ela o guia na jornada pelos dez céus que compõem o Paraíso, segundo a visão do autor.
O amor, que não pôde ser realizado em vida, encontra na eternidade a sua realização e plenitude.

Abaixo, um soneto escrito por Dante, que fala do seu amor por Beatriz de uma forma cortês, tal como acontecia nas cantigas de amor da época medieval.



Soneto da Vida Nova

Tão discreta e gentil que me afigura
ao saudar, quando passa, a minha amada,
que a língua não consegue dizer nada
e a fitá-la, o olhar não se aventura.

Ela se vai sentindo-se louvada
envolta de modéstia nobre e pura.
Parece que do céu essa criatura
para atestar milagre foi baixada.

Ao que a contempla infunde tal prazer,
pelos olhos transmite tal doçura,
que só quem prova pode compreender.

E assim, parece, o seu semblante inspira
um delicado espírito de amor
que vai dizendo ao coração: suspira.


(tradução de Henriqueta Lisboa)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Mulher na Música de Chico Buarque


Folhetim

Se acaso me quiseres,
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.
E eu te farei as vontades.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.

Chico Buarque


A Mulher Nas Canções de Chico Buarque

A Prostituta

 Folhetim traz novamente o discurso feminino, mas agora de um outra figura de mulher, uma mulher desmistificada, uma mulher marginalizada: a prostituta.

Ela também tem voz em várias músicas de Chico Buarque, apresentando a sua visão de mundo, os seus sonhos, esperanças e frustrações. A prostituta sempre foi e ainda é uma figura "invisível", de uma certa forma. Atua nos bastidores da vida, é uma "clandestina" na sociedade. 

Ver o mundo através do olhar de uma prostituta é difícil até para uma mulher... para mim, confesso, sempre foi difícil ter essa visão. No entanto, ela aparece com toda a sensibilidade que Chico Buarque demonstra ter nas múltiplas facetas com que mostra a figura feminina.

Em Ana de Amsterdam, o eu-lirico descreve a sua vida: "Sou Ana da cama, da cana, fulana, sacana...", descreve alguns sonhos: "Eu cruzei um oceano, na esperança de casar...", para depois cair na realidade: " Hoje sou carta marcada/Hoje sou jogo de azar."

Em Tango de Nancy, composta em parceria com Edu Lobo, ele volta novamente à figura da prostituta, de novo sob o prisma feminino: "Quem sou eu para falar de amor/ Se de tanto me entregar nunca fui minha...".

Em Folhetim temos a mulher que só diz sim e que se entrega por qualquer coisa à toa mas, no final, é ela quem o descarta, quem "dá as cartas": "Pois já não vales nada/ És página virada/Descartada do meu folhetim."

Isabel


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Saudade


Ouço os passos do descaso do seu amor,
E a dor vem de braços abertos...
Com medo tranco as portas 
Das minhas esperanças e tapo os ouvidos 
Para afugentar o som das lembranças...

E quando me dou por mim...
 - Lá estou eu!
Abrindo de mansinho uma janela 
Para matar a saudade

Valquíria Cordeiro 



quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Homem Que Quero



Quero Um Homem...

Quero um homem
que toque minha alma,
que entre pelos meus olhos
e invada meus sonhos.
Quero que me possua inteira,
corpo e alma.
Quero sentir seus braços longos
envolvendo meu abraço,
seus lábios mudos
calando o meu silêncio
sem precisar nada dizer...
apenas me olhando
com olhos negros e úmidos
e me tomando devagar,
como o mar avança na praia,
como eu sei que tem que ser
e sei que um dia será.

Cláudia Marczak


sábado, 2 de junho de 2012

Música




Queridos amigos,

Apresento a vocês uma rádio web maravilhosa, com os mais variados gêneros musicais, da mais alta qualidade. O melhor é que ela disponibiliza muitos canais, cada um com um diferente gênero musical. Dá para usá-la enquanto se navega ou como som ambiente. Vale a pena conhecer! Aproveitem e curtam bastante!

Abraços

Isabel

http://www.sky.fm/

 Abaixo, a lista dos canais:


Relaxing Excursions
Pop Rock
80's Rock Hits
Club Bollywood
Soft Rock
Modern Rock
Hard Rock
Metal
Modern Blues
Ska
Smooth Jazz 24'7
Relaxation
Vocal New Age
Nature
Movie Soundtracks
Smooth Jazz
Solo Piano
New Age
Love Music
Top Hits
Best of the 80's
Hit 70's
Oldies
Mostly Classical
Dreamscapes
Classical Piano Trios
Classical Guitar
Country
Roots Reggae
Bossa Nova
Vocal Smooth Jazz
Uptempo Smooth Jazz
DaTempo Lounge
Piano Jazz
Salsa
World
Romantica
Classic Rock
Alternative Rock
Indie Rock
Dance Hits
Urban Jamz
Pop Punk
Classic Rap
Bebop Jazz
Jazz Classics
American Songbook
A Beatles Tribute
Jpop
Contemporary Christian

Como Nascem as Manhãs



Como Nascem as Manhãs

O fundo dos olhos da noite
guarda silêncios.
Esconde-se na retina
da menina que corre descalça em campo aberto.
Pálpebras cerradas, a noite emudece.
A menina com medo
faz um furo no escuro com a ponta do dedo.
Cai um pingo de luz.

Amanhece.

Flora Figueiredo


sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Mulher na Canção de Chico Buarque


Terezinha

O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".

O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.

Chico Buarque


Terezinha

O desabrochar da sensualidade

A letra da canção "Terezinha" é inspirada na canção folclórica "Terezinha de Jesus", numa versão mais adulta, mais madura, que analisa não só o comportamento afetivo-sexual da mulher, como também o desenvolvimento da maturidade afetiva masculina.

Nesta canção, há três homens que chegam em diferentes momentos, em diferentes fases da vida do eu-lírico, que é feminino.

O primeiro chega com um bicho de pelúcia e um broche de ametista. Representa um amor de doação, já que não lhe negava nada, procurava agradá-la, a chamava de rainha, numa alusão a um amor inacessível, tal como ocorre nas cantigas de amor medievais. Há, neste caso, uma nítida relação edipiana, revelada pelo bicho de pelúcia, que remete à infância e à forma como o eu-lírico é amada. Note-se que o verbo chamar está no pretérito imperfeito, que revela uma ação passada, mas não acabada, o que sugere a continuidade da relação, porém não no mesmo nível, pois o eu-lírico se assusta com o sentimento, carregado de culpa pela ilicitude, e diz não.

O segundo representa uma atração e sentimento proibido, ilícito, incestuoso (irmão?). É o amor tirânico, controlador, que nada traz, a não ser uma garrafa de aguardente para o seu próprio consumo. Existe um sentido implícito que remete à sexualidade, tanto na garrafa como no conteúdo, mas prefiro analisar outros aspectos desta relação. Ele a encontra desa(r)mada, a chama de perdida (prostituta) e nada lhe entrega. Novamente o verbo chamar está no pretérito imperfeito, como no primeiro caso. E novamente ela diz não ao sentimento que a atrai mas, ao mesmo tempo, causa aversão, medo, sentimento de culpa...

O terceiro é alguém que ela não conhece (ainda) e que sequer sabe como se chama. Ele nada traz, nada pergunta, nada oferece, nada pede. Simplesmente a chama de mulher, agora no presente e com uma relação intrínseca com o substantivo chama, que remete à paixão, desejo, sensualidade. Ele foge do círculo edipiano e torna-se um amor permitido, que a realiza, que toma posse do seu coração.

Abraços, fiquem com Deus!

com carinho

Isabel