Borboletas trazendo poemas, músicas, mensagens, contos, sempre com muito romantismo, com muita poesia...
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Vento
Vento
De onde vem o vento?
Chega sem aviso.
Pastoreia as nuvens,
atropela as ondas,
arrepia o rio.
Como brinca o vento!
Gira corrupios
com as folhas mortas.
Assobia em frestas
Feliz, se balança
nos mais altos ramos
inventa a dança das sombras
no chão dos caminhos.
Quem segura o vento?
Como é doce o vento
quando é brisa leve
e passa de mansinho!
Livre como veio,
vai-se embora o vento.
Helena Kolody
Sou Toda Coração
Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem
moradia certa,
fica bem aqui no
meio do peito.
Mas comigo a
anatomia endoideceu:
sou toda coração.
Maiakovski
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Utopia
Quem Tivesse Um Amor
Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!
Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!
Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...
Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! quem tivesse... (Mas, quem teve? quem teria?)
Cecília Meireles
A Felicidade de Sonhar-te
Venturosa de Sonhar-te
Venturosa de sonhar-te,
à minha sombra me deito.
(Teu rosto, por toda parte,
mas, amor, só no meu peito!)
-Barqueiro, que céu tão leve!
Barqueiro, que mar parado!
Barqueiro, que enigma breve,
o sonho de ter amado!
Em barca de nuvem sigo:
e o que vou pagando ao vento
para levar-te comigo
é suspiro e pensamento.
-Barqueiro, que doce instante!
Barqueiro, que instante imenso,
não do amado nem do amante:
mas de amar o amor que penso!
Cecilia Meireles
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Coisas Simples
Uma flor
Um pássaro
Uma mão que acaricia
Um poema que nasce
Coisas simples
Que fazem a vida imensa
Lou Witt
Quero
Quero
Quero cores
E cantiga de anjos
Quero flores
Dálias
Margaridas
E girassóis
Quero o remanso das tardes
Nas sombras das árvores
Quero ipês amarelos floridos
E o perfume dos lírios
Quero o colo e o afago
O doce do beijo
O acorde do realejo
O mel
A semente
O anseio
Quero frutas no pomar
Maduras
E tortas de maçã
Esfriando na janela
Pitangas vermelhas
E pássaro que canta
Em manhãs de sol
E quando não houver mais nada
No final do dia
Quero a paz do teu olhar
Em melodia
E o encanto das palavras
Em um poema
Lou Witt
domingo, 4 de dezembro de 2011
Riscos
Riscos
Rir é correr o risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco
de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias diante da multidão
é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos,
porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco,
não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões,
mas elas não conseguem nada,
não sentem nada, não mudam, não crescem,
não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes,
elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.
Somente quem corre riscos é livre!
(Sêneca, orador romano)
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Paixão Ardente
O Meu Amor
De ti somente um nome sei: Amor,
É pouco, é muito pouco e é bastante
Para que esta paixão doida e constante
Dia após dia cresça com vigor!
Como de um sonho vago e sem fervor,
nasce assim uma paixão tão inquietante?!
Meu doido coração triste e amante,
Como tu, busca o ideal na dor!
Isto era só quimera, fantasia,
Mágoa de sonho que se esvai num dia,
Perfume leve dum rosal do céu...
Paixão ardente, louca, isto é agora,
Vulcão que vai crescendo hora por hora...
O meu amor, que imenso amor o meu!
Florbela Espanca
Eco
Aonde?
Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde...aonde...aonde?...
O eco ao pé de mim segreda...desgraçada...
E só a voz do eco, irônica, responde!
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!
O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar;
Parece a tua voz, a tua voz tão linda
Cantando como um rio banhado de luar!
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!
E só a voz do eco à minha voz responde...
Em gritos a chorar, soluço o nome teu
E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:
Aonde estás amor? Aonde...aonde...aonde?...
Florbela Espanca
És Tu!
És Tu!
És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Ouço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou pra me abraçar a mim!
Tudo é divino e santo visto assim...
Foram-se os desalentos, os cansaços...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A Terra? - Um astro morto que flutua...
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!
Florbela Espanca
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Que Mais eu Posso Te Dar?
Que Mais Eu Posso Te Dar?
Trago-te um ramo de rosas
e um pote de framboesas.
Um pôr do sol depois da chuva
junto com as minhas tristezas.
Que mais eu te posso dar?
Dou-te a relva da campina
ainda fresca e orvalhada.
Te trago a primeira estrela
que nascer na madrugada.
Que mais eu te posso dar?
Dou-te uma salva de prata
cheia de conchas do mar;
um bando de borboletas
...ou um raio de luar?
Que mais eu te posso dar?
Luna
Trago-te um ramo de rosas
e um pote de framboesas.
Um pôr do sol depois da chuva
junto com as minhas tristezas.
Que mais eu te posso dar?
Dou-te a relva da campina
ainda fresca e orvalhada.
Te trago a primeira estrela
que nascer na madrugada.
Que mais eu te posso dar?
Dou-te uma salva de prata
cheia de conchas do mar;
um bando de borboletas
...ou um raio de luar?
Que mais eu te posso dar?
Luna
Irremediavelmente Tua
Irremediavelmente Tua
Mágico assim, sob a luz da lua
Envolvendo todos os meus silêncios
Apareceste manso e sorrateiro.
Invadindo meus sonhos tão intensos.
Numa serena maré, calma, envolvente,
Deixei-me ir, desejando o mesmo intento.
Hipnotizou-me esse olhar inebriante
Arrastou-me sutilmente mar adentro.
Desenhei-te na noite, te escondi em mim
Nessa ânsia de querer-te mais e tanto
No espaço infinito, entre riso e pranto.
Vem... Que já te sinto aqui em mim
E vislumbro passos firmes descobrindo
O que já é teu, tomando, possuindo...
Glória Salles
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