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sexta-feira, 17 de julho de 2020

A vida é agora

 

 
Sentado à borda do tempo,
ninguém labora o infinito.
A vida precisa da tessitura do agora.
 
Costurar, minuto a minuto,
na demarcação dos ponteiros,
a túnica sagrada da existência.

Cultivar o olhar que de tudo transborda
e rebordar os acasos
com a linha que o todo une,
pois tudo é.
 
Nara Rúbia

 

sábado, 11 de junho de 2016

Eis que vem um novo dia



Aguarde o sol, olhando o céu
Negra como um corvo, a noite passa
Tomando as estrelas, bem longe

 Tudo flui

Eis que vem um novo dia
Pelo vento, eu jogo a noite
Prata e ouro transformando-se em luz
Eu estou em uma estrada, conheço o caminho

Tudo flui

Eis que vem um novo dia



Roma Ryan e Enya


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Vento


Vento

De onde vem o vento?
Chega sem aviso,
Pastoreia as nuvens,
atropela as ondas,
arrepia o rio.

Como brinca o vento!
Gira corrupios
com as folhas mortas.
Assobia em frestas
Feliz, se balança
nos mais altos ramos
inventa a dança das sombras
no chão dos caminhos.

Quem segura o vento?
Como é doce o vento
quando é brisa leve
e passa de mansinho!
Livre como veio,
vai-se embora o vento.

Helena Kolody


Silêncio


Silêncio

A esperança partiu
no mesmo porto,
junto à sua partida.

Ficou a vida
repleta de caminhos,
onde os passos seguem silenciosos.

No peito, uma estranheza palpitante
de um abandonado jardim, quase sem sentido,
tentando provar que ainda restam flores.

Rosy Moreira


terça-feira, 31 de maio de 2016

Marinha


Marinha

Grito teu nome aos ventos.
Olha: há uma revoada marítima.
O horizonte se afasta, há um ritmo largo
de ondas que se espreguiçam.


Velas esguias,
para onde voam?

Sulcos na praia,
para onde levam?


Amiga, amiga! Ah, dize-me depressa:
Quem grita aos ventos o teu nome?
O mar, ou eu,
o grande mar que o está cantando?


Emílio Moura

Ilusões


Ilusões

Velas fugindo pelo mar afora...
Velas... pontos - depois.., depois, vazia
a curva azul do mar, onde, sonora,
canta do vento a triste salmodia.

Partem pálidas, brancas... Vem a aurora
e vem a noite após, muda e sombria...
E, se em porto distante a frota ancora,
é para andar de novo no outro dia...

Assim, as ilusões. Chegam, garbosas,
palpitam sonhos, desabrocham rosas
na esteira azul das peregrinas frotas.

Chegam... Ancoram na alma um só momento:
logo, as velas abrindo, amplas, ao vento,
vão para os longes das regiões remotas.

Medeiros e Albuquerque