domingo, 30 de setembro de 2012

Meu Mundo Cor-de-Rosa



Meu mundo cor-de-rosa

Tem dias que queremos pintar o mundo de uma cor.
Hoje, o meu mundo está cor-de-rosa.
Cor da rosa mais delicada que há.
Cor de menina, cor de mulher.
Cor de fadas e princesas.
Cor de reinos encantados.
Cor da doçura, da delicadeza.
Cor da felicidade, quando está repleta de ternura.
Cor de laços e fitas.
De abraços e carícias.
Tudo está simplesmente e lindamente cor-de-rosa!


Isabel
















sábado, 29 de setembro de 2012

Primavera em Paris



Mudança de Atitude

Dizem que havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia: "Por favor, ajude-me, sou cego".

Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele, parou viu umas poucas de moedas no boné.

Sem pedir licença, pegou no cartaz, virou-o, pegou no giz e escreveu outro anúncio.

Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi-se embora.

Pela tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas.

O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali.

O publicitário respondeu:

"Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras".

Sorriu e continuou seu caminho.

O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia: "Hoje é Primavera em Paris, e eu não posso vê-la".

Mudar a estratégia quando nada nos acontece pode trazer novas perspectivas. Precisamos sempre de escolher a forma certa de nos comunicar com as pessoas.

Não adianta simplesmente falarmos; antes, precisamos conhecer a melhor mensagem para tocarmos, sensibilizarmos e convencermos as pessoas.

 (autor desconhecido)



"A VIDA É UMA PEÇA DE TEATRO QUE NÃO PERMITE ENSAIOS. POR ISSO, CANTE, CHORE, DANCE, RIA E VIVA INTENSAMENTE ANTES QUE A CORTINA SE FECHE E A PEÇA TERMINE SEM APLAUSOS."

Charlie Chaplin




segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Pudim - Martha Medeiros


Pudim

Não há nada que me deixe mais frustrada

do que pedir pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,

menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação...

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções,

de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual,

mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,

mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,

mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,

esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',

tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,

politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão.....

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.

Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente

e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou

e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,

podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.

Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:

um pudim inteiro,
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Malvino Salvador, nu, embrulhado pra presente.
OK?
E não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .

Marta Medeiros

  
Mamma mia...aaafe!!!!
Merecemos mais uma...


Mais pudim, garçom...


E mais Malvino na bandeja...


Difícil vai ser consertar o estrago...Bjs, bom dia!

Isabel


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Soneto do Maior Amor


Soneto Do Maior Amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo

Vinicius de Moraes


O soneto é uma forma poética que exige total domínio da arte de fazer poesia, devido à formato, métrica, rimas, ritmo e sonoridade.  Nosso poetinha Vinicius dominou esta arte como ninguém e nos deixou o legado dos mais maravilhosos sonetos da nossa literatura.

Em "Soneto do maior amor" ele nos apresenta uma forma de amar no mínimo controversa. É um amor paradoxal, estranho, como diz o próprio poema. Seria mesmo amor este sentimento?! Um sentimento enorme, avassalador, que sente prazer nas contradições e, por incrível que pareça, realiza-se com o sofrimento da pessoa amada. Um sentimento com uma exagerada dose de sadismo. 

Imaginamos o amor sempre como um sentimento terno, que se compraz com a felicidade da pessoa amada. Como pode, então, alguém que diz amar, ficar triste quando o outro está feliz e vice-versa? Como pode sentir-se em paz somente quando o amado coração opõe-lhe resistência?

Louco amor este que fere ao tocar e que vibra quando fere. Um amor que é alimentado pelo sofrimento, pela dor. Um amor que pensa apenas em viver aquele momento e todo o prazer que ele lhe propicia, sem planos para o futuro. Que não tem regras, que não tem lei. Um amor que encontra a realização na sua própria existência, apaixonado por si próprio e pela intensa sensação que isto lhe proporciona.

Existe amor assim?! E, se existe, será mesmo amor?!

Isabel Menezes


Cheiro de Passarinho Cantando...



Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. 
De sol quando acorda.
De flor quando ri. 
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.

Ana Cláudia Saldanha



Receita para Espantar a Tristeza


Se a Tristeza Vier

Se a tristeza vier
por qualquer motivo
Faça o seguinte: 
Assopre o pensamento triste,
deixe escorrer a última lágrima,
conte até vinte.

Abra então a janela,
aquela que dá para o voo dos pardais,
procure a luz que pisca lá na frente
(Evite as sombras que ficaram lá pra trás).

Ao encontrá-la,
coloque-a dentro do peito
de tal jeito, que possa ser notada
do lado de fora;

Acrescente agora uma pitada de poesia,
do tipo que passa por nós todos os dias
e nem sequer consegue ser notada;

Aumente o brilho,
com toda intensidade
de que um sorriso é capaz.
A felicidade é o seu limite,
e o paraíso é você mesmo quem faz.


Flora Figueiredo



sábado, 4 de agosto de 2012

Você Pode




Você Pode


"Se você pensa que pode, você pode. Se pensa que não pode, tem razão."

Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria de ser.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir seu coração e viver apaixonadamente ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixar como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a vida lhe dá ou ficar preso a um passado que já acabou – e, portanto não há mais nada a fazer –, ou a um futuro que ainda não veio – e que, portanto não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo das coisas que você é e possui ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por consequência, melhorando tudo que está à sua volta ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode continuar escravo da preguiça ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu plano de vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender mais nada.

Você pode ser feliz com a vida como ela é ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.

A escolha é sua e o importante é que você sempre tem escolha.

Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar – sozinho e sempre – o peso das escolhas que fizer.


Autor desconhecido
Códigos da Vida - Legrand - Editora Soler


domingo, 8 de julho de 2012

Simples


Simples


Quero pouca coisa desta vida
manhãs de sol batendo na janela
noites de estrelas caindo nos olhos
teu sorriso no meado das tardes
e tua mão em todas as estradas.

Lou Witt



domingo, 17 de junho de 2012

A Mulher na Canção de Chico Buarque


Atrás da Porta

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Chico Buarque


A Mulher na Canção de Chico Buarque
Atrás da Porta

A Mulher Aniquilada

Mais uma música do Chico Buarque, onde ele assume a visão pela perspectiva da mulher, onde o eu-lírico é feminino.

Nesta composição, ocorre o processo de aniquilação da mulher, que começa com "os olhos nos olhos", onde ela percebe que o olhar é de adeus. A partir daí, começa a queda, a decadência, a humilhação, o rebaixamento, de uma forma metafórica, lenta e teatral.

No primeiro momento ela o olha nos olhos - nivelamento. Depois, se agarra em seus cabelos e vai descendo: em seus pelos, seu pijama, aos seus pés, aos pés da cama. Nessa etapa, o aviltamento chega ao seu ponto máximo: sem carinho, sem coberta, no tapete atrás da porta. Passa-se a impressão de um cachorrinho, de um animalzinho abandonado e carente. É o abandono total. A partir do instante que ela se agarra aos pés da cama, nota-se a ausência do ser amado, que a abandonou de uma forma definitiva.

Começa-se então uma nova fase: a da vingança, numa nova gradação. Primeiro, ela reclama baixinho, depois começa a maldizer o lar, a sujar o nome do amado e a humilhá-lo, numa reação típica de quem ama perdidamente e se vê abandonado. É uma dor sem limites, que procura um escape, uma fuga, um alívio, na vingança.

O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. Todas as ações da mulher desprezada serviam apenas para chamar a atenção do seu amado, serviam apenas para mostrar-lhe, de uma maneira enviezada, pelo avesso, que ela continuava a amá-lo desesperadamente.

Em "Olhos nos Olhos, ela regressa para provar que o esqueceu, para vingar-se, para demonstrar desprezo e indiferença...

Beijos, uma ótima semana para todos!

Isabel


A Mulher nas Canções de Chico Buarque

Olhos Nos Olhos

Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz
  
Chico Buarque



A Mulher Nas Canções de Chico Buarque

A Vingativa

Escolhi mais uma grande intérprete da MPB, a Fafá de Belém, com sua voz forte e personalíssima, para fugir das repetições, que acabam cansando. E temos tantos talentos em termos de música que se torna até difícil escolher qual a melhor interpretação.

Em Olhos nos Olhos, retomamos à mulher que estava desconstruída, aos pedaços, em frangalhos, na canção "Atrás da porta", o lugar mais humilhante, de total rebaixamento, o 'fundo do poço'.

Mas eis que ela agora surge poderosa, de pé, soerguida depois de tanto sofrimento, de tanta humilhação. Há novamente um nivelamento e ela o desafia a olhá-la nos olhos e ler o que está escrito neles, assim como ela leu a mensagem de adeus nos olhos dele. Agora é a hora da vingança, o momento de mostrar que superou todo o sofrimento pelo qual passou quando foi abandonada por ele.

Será?!

Vamos observar mais atentamente o que há nas entrelinhas do discurso desta mulher que se diz refeita.

Na realidade, ela não está 'podendo' tanto... simplesmente quer dar o troco, quer mostrar que está muito melhor agora, sem ele, mas, na realidade, tudo não passa de um jogo, de uma estratégia, de um plano de vingança...
Ela o desafia a olhar nos seus olhos e a dizer o que sente quando a vê tão feliz, curada, amando, remoçada...

Será?!

Sempre parto do pressuposto de que o contrário do amor é a indiferença. Se ela realmente estivesse 'curada', se ainda não o amasse tão perdida e profundamente, não precisaria provar nada. Simplesmente seguiria a sua vida, a reconstruiria ao lado de um novo amor ou, simplesmente, sozinha.

"Tantos homens me amaram, bem mais e melhor que você..." O golpe baixo para atingir a masculinidade é típico de uma mulher ofendida, traída, abandonada... e se ela foi amada e amou a tantos homens, simplesmente não amou e não foi amada por nenhum...

O estado de felicidade e superação é apenas aparente, é mais uma estratégia de vingança e, vamos reconhecer, algumas mulheres, quando amam de uma forma doentia, descontrolada, são capazes de tudo, até de olhar nos olhos e mostrar que está extremamente feliz. Ela não superou e, provavelmente, nunca vai superar esse sentimento de perda e rejeição.

Essa história, esse sentimento tão forte, tão avassalador, tão destruidor, nos remete a uma outra história: a história de Medeia, que foi capaz de matar os próprios filhos para vingar-se do marido que a abandonou...

Mas isto, bem, isto é uma outra história...

Beijos, um ótimo final de semana para todos! 

com carinho

Isabel


Alma de Menina


Alma de Menina

Quero desatar
minha alma de menina
dos laços do tempo.
Quero colocar-me em sonhos
cor de rosa,
vestido de renda da inocência.
Pequenos botões do meu coração
formam o buquê do meu querer.
Alma pequenina, asas de menina.


Elisa César