Quero
Quero que todos os dias do ano
Todos os dias da vida
De meia em meia hora
De 5 em 5 minutos
Me digas: Eu te amo.
Todos os dias da vida
De meia em meia hora
De 5 em 5 minutos
Me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
Creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
E no seguinte,
Como sabê-lo?
Creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
E no seguinte,
Como sabê-lo?
Quero que me repitas até a
exaustão
Que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
Pois ao dizer: Eu te amo...
Desmentes
Apagas teu amor por mim.
Que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
Pois ao dizer: Eu te amo...
Desmentes
Apagas teu amor por mim.
Exijo de ti o perene
comunicado.
Não exijo senão isto,
Isto sempre, isto cada vez mais.
Não exijo senão isto,
Isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
Nem sei outra maneira a não ser esta
De reconhecer o dom amoroso,
A perfeita maneira de saber-se amado:
Amor na raiz da palavra
E na sua emissão,
Amor
Saltando da língua nacional,
Amor
Feito som
Vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo
Inexoravelmente sei
Que deixaste de amar-me,
Que nunca me amaste antes.
Se não disseres urgente
repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
Verdade fulminante que acabas de desentranhar,
Eu me precipito no caos,
Essa coleção de objetos de não-amor.
Eu te amoamoamoamoamo,
Verdade fulminante que acabas de desentranhar,
Eu me precipito no caos,
Essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários