Lira
Romantiquinha
Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?
Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!)
acarinhar-me?
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!)
acarinhar-me?
Por que cultivas
as sem-perfumes
e agressivas
flores do ciúme?
as sem-perfumes
e agressivas
flores do ciúme?
Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?
Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?
Minh'alma chove
Frio, tristinho.
Não te comoves
este versinho?
Frio, tristinho.
Não te comoves
este versinho?
Carlos Drummond de Andrade
Uma delícia essa lira, com cara de
cantiga trovadoresca,
Com um quê de vassalagem amorosa...
Ah, Drummond, sempre nos surpreendendo,
com seu lirismo meio sem jeito...
Com um quê de vassalagem amorosa...
Ah, Drummond, sempre nos surpreendendo,
com seu lirismo meio sem jeito...
Isabel
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