Falo de
Ti
Falo de ti às pedras das
estradas,
E ao sol que é loiro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de Princesas e de Fadas;
E ao sol que é loiro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de Princesas e de Fadas;
Falo às gaivotas de asas
desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Digo os anseios, os sonhos, os
desejos
De onde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céus a torre dos meus beijos!
De onde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céus a torre dos meus beijos!
E os meus gritos de amor, cruzando o
espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!
Florbela Espanca
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