De almas sinceras a união
sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno,
dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito
embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a
eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
Shakespeare
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
Shakespeare
Shakespeare, século XVI...
quinhentos anos a nos separar... não só o tempo, mas o mundo, a
própria concepção de mundo, da vida e, consequentemente, do
amor...
Então por que, afinal, a história de
Romeu e Julieta continua a ser lida, falada, comentada,
representada, filmada... por que emociona a todos, por que os
adolescentes ficam extasiados quando a leem ou assistem ao
filme?
Um passado tão remoto, nada a ver
com a atualidade, com a modernidade, com a velocidade com que tudo
muda, com que tudo fica, de repente, arcaico... se tudo antes era
feito para durar, se não existiam tantos modismos, hoje tudo
tornou-se descartável... feito para ser trocado assim que surge um
modelo mais novo, com mais recursos que, muitas vezes, são
totalmente inúteis e dispensáveis.
O que dizer, então, das pessoas, do
amor, das relações? A fila anda e, às vezes, numa velocidade
vertiginosa...
descarta-se o "modelo" antigo assim que apresenta-se
alguma dificuldade, algum problema ou, simplesmente, quando
cansa-se dele. E, então, é só substituir por um novo. É a
superficialidade das relações que não são construídas,
amadurecidas...
Nesse contexto, o soneto de
Shakespeare soa um tanto perturbador... como assim, amor que é
eterno, que não se transforma de hora em hora, que não teme o
tempo, que encara a tempestade com bravura?
Acho que, no fundo é o que todos
sonham, querem, desejam para si. Talvez não se queira pagar o preço
por algo duradouro, por algo que precisa ser construído, que exige
paciência, dedicação, muitas vezes renúncia...mas quem se dispõe a
pagar o devido valor terá na mãos uma joia de alto valor, um valor
que se afirmará para a eternidade...
Beijos,
Com carinho
Isabel
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