O Anel de
Vidro
Aquele pequenino anel que tu me
deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno era bem pouco e cedo se acabou.
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me
tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, -
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, -
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Não me turbou, porém, o despeito que
investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste...
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste...
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste...
Manuel Bandeira
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