terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Macunaíma


Samba Enredo Portela 1975 - Macunaíma

Portela apresenta
Do folclore tradições
Milagres do sertão à mata virgem
Assombrada com mil tentações
Cy, a rainha mãe do mato, oi
Macunaíma fascinou
Ao luar se fez poema
Mas ao filho encarnado
Toda maldição legou

Macunaíma índio branco catimbeiro
Negro sonso feiticeiro
Mata a cobra e dá um nó

Cy, em forma de estrela
À Macunaíma dá
Um talismã que ele perde e sai a vagar
Canta o uirapuru e encanta
Liberta a mágoa do seu triste coração
Negrinho do pastoreio foi a sua salvação
E derrotando o gigante
Era uma vez Piaiman
Macunaíma volta com o muiraquitã
Marupiara na luta e no amor
Quando para a pedra para sempre o monstro levou
O nosso herói assim cantou

Vou-me embora, vou-me embora
Eu aqui volto mais não
Vou morar no infinito
E virar constelação

 Blog de meuamorvirtual : Borboletando, Macunaíma

Macunaíma e a renovação da linguagem literária 

     Publicado em 1928, Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é uma das obras pilares da cultura brasileira. Macunaíma é uma personagem caótica e carnavalesca, um anti-herói, filho do medo da noite, amoral, sem identidade, um preto que vira branco, é transformado em torresmo por Piamã e ressuscitado por Maanape. Depois de muitas estripulias, volta para a mata, de onde veio, e se torna a constelação da Ursa Maior.

     Numa narrativa fantástica e picaresca, Mário de Andrade reelabora literariamente temas de mitologia indígena e visões folclóricas da Amazônia e do resto do país, fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira.  

     O tom bem humorado e a inventividade narrativa e linguística fazem de Macunaíma uma das obras modernistas brasileiras mais afinadas com a literatura de vanguarda no mundo, na sua época. 
 
Blog de meuamorvirtual : Borboletando, Macunaíma

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