Humildade
Toda a terra que
pisas, eu queria, ajoelhada,
Beijar terna e humilde em lânguido fervor;
Queria pousar fervente a boca apaixonada
Em cada passo teu, ó meu bendito amor!
Beijar terna e humilde em lânguido fervor;
Queria pousar fervente a boca apaixonada
Em cada passo teu, ó meu bendito amor!
De cada beijo meu,
havia de nascer
Uma sangrenta flor! Ébria de luz, ardente!
No colo purpurino havia de trazer
Desfeito no perfume o misterioso Oriente!
Uma sangrenta flor! Ébria de luz, ardente!
No colo purpurino havia de trazer
Desfeito no perfume o misterioso Oriente!
Queria depois
colher essas flores reais,
Essas flores de sonho, estranhas, sensuais,
E lançar-te aos pés em perfumados molhos.
Essas flores de sonho, estranhas, sensuais,
E lançar-te aos pés em perfumados molhos.
Bem paga ficaria, ó
meu cruel amante!
Se, sobre elas, eu visse apenas um instante
Cair como um orvalho os teus divinos olhos!
Se, sobre elas, eu visse apenas um instante
Cair como um orvalho os teus divinos olhos!
Florbela
Espanca
Mais um BELÍSSIMO
soneto da Florbela Espanca... de uma beleza ímpar, verdadeira
obra-prima...
Na minha concepção, as duas maiores poetisas de Língua Portuguesa são a Cecília Meireles e a Florbela Espanca. Cecília com sua nostalgia, seus tons ocres, e Florbela com sua paixão, sua explosão de vermelho, sua força arrebatadora e até destruidora.
Beijos, com
carinho
Isabel
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