Vento
Passaram os ventos de agosto, levando tudo.
As árvores humilhadas bateram,
bateram com os ramos no chão.
Voaram telhados, voaram andaimes,
voaram coisas imensas;
os ninhos que os homens não viram nos galhos,
e uma esperança que ninguém viu, num coração.
Passaram os ventos de agosto, terríveis,
por dentro da noite.
Em todos os sonos pisou,
Em todos os sonos pisou,
quebrando-os, o seu tropel.
Mas, sobre a paisagem cansada
da aventura excessiva -
sem forma e sem eco,
sem forma e sem eco,
o sol encontrou as crianças
procurando outra vez o vento
para soltarem papagaios de papel.
para soltarem papagaios de papel.
Cecilia Meireles
Belíssimo poema da grande Cecília Meireles, nos mostrando que há, sim, dias, e meses, e talvez até anos, onde o que sopra são ventos como os de agosto, despedaçando sonhos e até esperanças.
Vai ser muito bom rever as belíssimas publicações do Borboletando... você com seu apurado bom gosto e conhecimento da poesia e da boa escrita, sempre nos ofereceu as melhores pérolas da literatura... abraço pra ti queria Isabel e sucesso com o Borboletando em sua nova casa... beijão e muita paz e harmonia pra ti.
ResponderExcluirSem esquecer de comentar que este poema de nossa querida Cecília Meirelles é demais...
ResponderExcluirOi, Elson! Obrigada pela visita... pois é, depois de tanto tempo de acomodação, agora tive que arregaçar as mangas e lotar o caminhão com a mudança... é um tal de ir e vir, rs Mas tá valendo a pena. Foi algo que produzi com muito carinho, e são artigos que curto, textos que gosto muito. Está sendo bom revê-los e republicá-los, apesar do trabalho que está dando.
ResponderExcluirEspero nos encontrarmos muitas e muitas vezes por aqui.
Obrigada pelo carinho e pela grande consideração que tem por mim!
Um abraço e um ótimo final de semana!
Isabel